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MUNDO É INFINITO… por Luísa Lobão Moniz

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O Mundo é infinito…mas o Mundo por si só não existe.

O Mundo comporta a existência de vários e diferentes mundos.

Timor não é Açores, Açores não é N.Y.

Timor não é igual no seu interior, nem os Açores, nem N.Y.

Quantas vezes se sente e se diz “ não há mais nada igual a isto!”

A Terra (terá sido só o planeta Terra?) foi povoada e toda a flora, e toda a fauna foram-se modificando, ou sendo modificadas para que todos pudessem sobreviver. Quase todos sobreviveram.

Não podemos abraçar o mundo inteiro, nem mesmo a parte do mundo que nos cabe.

Foram à Lua, e descobriram outros planetas lá longe, muito longe.

Mas aqui muito, muito perto, por baixo das nossas janelas há quem se encoste às paredes e converse alegremente, há quem se encoste à parede e discuta, bem alto, usando toda a linguagem considerada incorrecta.

As relações pessoais, quer pela aceitação quer pela punição fazem parte do nosso mundo, está pertinho de nós.

Estes são os eus e os outros com quem nos cruzamos no dia-a-dia. Deste círculo de familiares, de amigos, de desconhecidos há alguém que se sobrepõe devido ao seu carácter, ao seu afecto, à sua facilidade em dialogar e perceber o outro.

Cada um de nós é um mundo que pensa, critica, tem conhecimentos. Aqui o mundo é este pedacinho de terra em que circulo obedecendo, ou não, às regras sociais nascidas do respeito pelos Direitos Humanos.

Mas a vida não é só relação com os outros, é essencialmente a relação com cada um. Quando não se reconhece que eu tenho uma identidade, um conhecimento do Mundo, melhor dizendo, dos Mundos que fazem parte de mim também, eu serei aquele que grita “ estou aqui”.

Às vezes este sou sente o seu mundo tão pequeno porque triste e difícil, porque o vê cada vez mais reduzido em termos de espaço, pela incapacidade de dizer eu faço, eu pego ao colo.

Se quiseres consegues, como se alguém não quisesse andar, correr, brincar no chão com as crianças, ainda muito pequeninas…

Estico o braço e alguém me dá o que procuro, ando de táxi e logo o motorista me vem abrir a porta. São mundos tão pequeninos que ninguém pára para pensar nestes momentos sem importância.

O sem importância é, por vezes, o sopro da vida. O dia-a-dia da dificuldade motora torna o mundo ainda mais pequeno.

Mas nem só de dificuldade é feita a vida. A vida é acreditar que nada é impossível, que vale a pena lutar, com muita força interior, contra o que nos atrapalha.

Como a diferença dos nossos mundos, por vezes, nos faz esquecer as realidades cruéis de outros mundos, mesmo ao pé de nós.

Os nossos mundos são todos diferentes, mas o essencial está em todos, a Humanidade.


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